14 de julho de 2010

Função Materna e Paterna

Quando um bebé nasce são muitas as alegrias!!! Finalmente o nosso bebé real reencontra-se com o nosso bebé imaginário. É o momento do reconhecimento (pois já conhecemos e estabelecemos uma profunda e amorosa relação com o nosso filho in útero) …Finalmente, nasceu o bebé mais querido e mais desejado do mundo, com o qual pai e mãe sonharam durante meses a fio, sendo, ainda antes de ser, o centro das atenções e o assunto recorrente da conversa entre os dois.

Numa primeira fase, embora pese o cansaço provocado pelo esforço do parto, ou a nostalgia habitual por que todas as mães passam a seguir, o bebé é motivo de alegria entre o casal, como são sempre motivos de alegria as novidades que chegam ás nossas vidas. Mesmo exigindo muita atenção e cuidados permanentes o espanto que provoca descobri-lo parece compensar as «partes menos boas». Os esforços, os sustos, as dúvidas, as cólicas, o choro, as insónias… Parece até que o bebé veio retemperar o amor que sentiam um pelo outro, dar-lhe novo rumo e novo alento, como se pudesse uni-los para sempre…

Um bebé obriga, de facto, qualquer casal a reformular padrões e referências, horários e hábitos, atitudes e gestos, prioridades e pormenores. Obriga-os a uma reorganização dos afectos onde a presença de um filho actue como um complemento à união pré - existente, em vez de se tornar motivo constante de discussão e discórdias. Obriga à partilha, não só de tarefas, mas também de responsabilidades. E para que possa funcionar como parte do tal triângulo que sonhámos amoroso e perfeito, é absolutamente necessário que «fique do lado de fora» da relação em certas alturas, para que pai e mãe possam ter os seus momentos a dois e o seu espaço de intimidade.

«Na altura do nascimento de cada filho, o casal tem que reconstruir os seus laços, redefinir as suas relações e as relações com o exterior», tudo para que o bebé no meio dos dois seja, afinal, um elo de ligação e não um obstáculo ao sonho de construir uma família…