31 de agosto de 2010

Deslocações e viagens

Quando a gravidez evolui sem problemas, não existe qualquer inconveniente em efectuar deslocações urbanas ou viagens de longa distância, embora seja necessário adoptar certas precauções para minimizar o desconforto e, sobretudo, para prevenir acidentes que possam ser perigosos tanto para a mulher como para o feto em desenvolvimento no seu ventre. Por exemplo, no meio urbano, é preferível evitar as horas de ponta, quando as aglomerações, a pressa e os níveis de contaminação são mais elevados, Em relação às viagens longas, para além das limitações físicas consequentes de certos meios de transporte, como é preciso ter sempre em conta que a partir do sétimo mês existe a possibilidade de um parto prematuro, deve-se considerar aspectos como o estado geral da futura mãe, as características do meio de transporte a utilizar e o itinerário a percorrer. Dado que a única contra-indicação para as viagens é o perigo de aborto, deve-se sempre efectuar um adequado repouso, embora em caso de mal-estar motivado por outros factores convém que as mulheres grávidas limitem as viagens ao estritamente imprescindível, Como uma deslocação curta num carro é, obviamente, diferente de uma longa viagem de comboio ou de barco, deve-se efectuar alguns comentários sobre os diferentes meios de transporte,
Bicicleta. Embora seja um meio de transporte prático, a bicicleta não é a forma ideal de deslocação ao longo da gravidez, sobretudo a partir do quarto ou quinto mês - para além de exigir esforços musculares e submeter o corpo a vibrações, implica um certo risco de queda que, mesmo que ligeira, pode ter consequências imprevisíveis para o feto.
Motociclos. A utilização de qualquer veículo motorizado de duas rodas é igualmente pouco aconselhável, já que, para além de existir sempre o evidente perigo de quedas graves, obriga tanto o condutor como o passageiro a manter uma posição desconfortável.
Automóvel. O automóvel é o meio de transporte ideal para a mulher grávida se deslocar na cidade ou em trajectos curtos, desde que se evite a condução acelerada e os trajectos com buracos ou empedrado. A mulher deve levar sempre o cinto de segurança, passando-o por cima e por baixo do abdómen, já que a compressão do ventre é muito menos perigosa do que as eventuais consequências de um traumatismo. Embora também se possa recorrer ao automóvel para percorrer distâncias longas, deve-se tomar certas precauções. Por um lado, a condução deve ser prudente e tranquila, de modo a evitar tanto as acelerações bruscas como as travagens, devendo-se igualmente escolher os itinerários menos sinuosos e as estradas mais seguras. Por outro lado, deve-se dividir o trajecto em várias partes, a mulher deve adoptar uma posição cómoda, o mais deitada possível para limitar ao máximo a compressão do ventre, sendo aconselhável que se pare de duas em duas horas para esticar as pernas,
Na última fase da gravidez, convém consultar com antecedência o médico antes de optar por realizar uma viagem longa de automóvel e deve sempre ter em conta que nunca convém planificar viagens de fim de semana, nem excursões turísticas.
Comboio. Considera-se que o comboio é o meio de transporte ideal para percursos longos, o melhor entre as várias alternativas, Apesar de, por vezes, proporcionar movimentos basculantes, é o veículo mais regular em termos de locomoção, sendo igualmente o menos arriscado em termos de acidentes. Para além disso, a mulher não tem de ficar muitas horas sentada, pois pode levantar-se, caminhar pelos vagões e até deitar-se, caso a viagem seja de noite.
Avião. Embora o avião também seja um meio muito útil para percorrer grandes distâncias, há quem o não considere um meio de transporte ideal para a mulher grávida por vários motivos. Em primeiro lugar, deve-se ter em conta que num avião não se pode interromper a viagem, caso surja algum contratempo, como se pode fazer num comboio em caso de necessidade. Em segundo lugar, o espaço disponível costuma ser reduzido, sobretudo na classe turística, e embora a mulher possa passear regularmente pelo corredor para activar a circulação das pernas, os voos muito longos podem ser muito desconfortáveis, O avião deve ser utilizado, sobretudo, para viagens curtas, devendo-se procurar lugares cómodos,
Embora a maioria das companhias aéreas recuse levar mulheres grávidas a partir do sétimo ou oitavo mês, esta precaução não se deve aos perigos que a viagem possa provocar na mãe ou no feto, mas ao facto de se evitar um eventual parto durante o trajecto.
Barco. Embora o barco seja um meio de transporte muito cómodo, durante a gravidez existe um maior risco de enjoo, já que os medicamentos para a sua prevenção estão completamente contra-indicados nas mulheres grávidas. As viagens de barco devem-se restringir a deslocações breves e sempre em condições climáticas favoráveis que não prevejam mar agitado.